Durante o último trimestre da gestação o feto é recoberto por um biofilme protetor conhecido por vérnix caseoso, que forma uma capa a prova de água a fim de permitir a maturação da pele. Trata-se de um manto protetor contra a maceração pelo liquido amniótico e infecções bacterianas. É composto de 80% de água, 10% de gordura e 10% de proteínas.
O vérnix caseoso está presente em cerca de 42% dos recém nascidos. Foram fatores associados a presença do vérnix: sexo feminino, RN saudáveis, peso de nascimento adequado e parto normal vaginal de mãe multípara. A ausência de vérnix foi associada a presença de eritema toxico neonatal e presença de descamação cutânea. A quantidade e distribuição do vérnix varia com a idade gestacional, tipo de parto, raça e exposição a mecônio. As variações de cor do vérnix podem refletir problemas intrauterinos, amarelo pode indicar doença hemolítica, amarelo amarronzado pode ocorrer por sofrimento fetal e contato com o mecônio e o odor pode indicar sepse neonatal.
O desprendimento do vérnix no final da gestação coincide com a maturação da barreira epidérmica. O vérnix representa uma desejável ajuda para a transição entre o meio extremamente hidratado intrauterino, para o meio extrauterino que é seco. O ressecamento lento da pele é necessário para para que ela seja capaz de produzir seu fator de hidratação natural. A retenção do vérnix depois do nascimento determina desta forma maior hidratação da pele. O vérnix não deve ser removido nas primeiras horas, exceto se houver risco de transmissão de doenças materna, por conta de suas propriedades protetoras de hidratação, termoregulação e cicatrização de feridas, podendo aguardando até que o RN seja banhado.
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